quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Levando a vida leve


Tem coisas na vida da gente que oscilam de tal forma que nos deixam desconcertados sem saber quem somos ou se conhecemos de fato as pessoas com as quais convivemos.

Taí, pessoas que oscilam o tempo todo em seus sentimentos, emoções, personalidade se tornam pessoas desconcertantes porque sempre nos deixarão uma dúvida de quem realmente são. Lógico que também não dá para ser o tempo todo a alegria em pessoa, como também não dá para ser o mal-humor de corpo e alma... O fato é que um pouco de sinceridade e do que, aqui chamarei de verdade não faz mal a ninguém, isso porque a verdade só tem uma cara, um jeito de ser, um só sorriso...

Mas às vezes também é bom sermos desconcertados porque desperta em nós questionamentos, e quando nos questionamos, ou questionamos o mundo e a integridade das pessoas em nossa volta é sinal de que não somos absolutos em tudo. Não dá para fechar em nosso “mundinho” pensando ser o dono da verdade... A verdade não nos aprisiona em nosso mundo, em nossa pequenez, ela nos dá asas que nos faz ir muito além do que pensávamos ser o limite...

A vida por vezes nos pede e nos coloca em situações assim, e o pior é que ela não manda um e-mail avisando qual o dia ou qual a hora iremos encarar tais realidades, ela simplesmente vem como um ladrão... Aí então nos perguntamos se a vida é ruim, mas eu que não sou bobo deixarei que você mesmo (a) responda essa questão. Encara essa como dever de casa...

Só que sei que eu adoro viver! E trago comigo a certeza de que vida é bonita para aqueles que não têm vergonha de ser feliz e o que me deixa com mais felicidade ainda (ou diria esperança?)  é saber que ela (a vida) pode ser bem melhor... E será!

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Sobre o amor, etc

Dedico essa publicação aos amigos que estão fisicamente distantes no dia de hoje, em especial aos que se encontram no Pará, mas escrevo também por e para aqueles que estão em São Paulo, Santa Catarina, em Belo Horizonte, Juiz de Fora, João Monlevade, Caratinga, Rio de Janeiro, Ouro Preto, Viçosa, Londres e em outros lugares por este mundão afora...

Na verdade quando li “Sobre o amor etc” percebi que muita coisa da qual Rubem Braga falava nesta crônica era verdade e por vezes vivenciava algumas dessas até então verdades...

 Entendi que para a amizade existir é preciso sim que haja um marco, tal como nossas férias de julho ou os nossos acampamentos, mas compreendi também que não podíamos (e nem podemos) viver apenas deste passado. Embora a saudade insista em deixá-lo gravado em nossa memória com os seus cheiros, sabores, beijos, abraços, rodas de violão, nossas conversas e brincadeiras no escritório e na rua de cima, etc há uma grande necessidade de irmos além dessas doces lembranças, afinal a vida seguiu e nós mudamos também com ela...

Questionei também algumas partes dessa crônica porque amizade verdadeira como diz Willian Shaskpeare continuam a crescer mesmo a longas distâncias e acredito que a receita para que isso aconteça seja viver uma busca intensa pela sinceridade e a lealdade, e para viver essas virtudes, assim como a amizade, não precisa estar fisicamente presente, basta estar no coração e quando isso acontece os dois crescem juntos, planejam suas vidas, partilham seus sonhos e ainda por cima encontram tempo para olharem as fotografias antigas de quando ainda eram “magrinhos” e sem tantas responsabilidades, porém sabem que alguma coisa mudou e que eles, como por conseqüência, foram lapidados por este tempo.

Transcrevo abaixo partes da crônica da qual falo nesta postagem e encerro desejando um forte abraço a todos os amigos de longe e de perto, e a todos que por ora lêem este blog.

Reforço que amigos são para vida toda!

Amigavelmente,
Victor Hugo Martins



SOBRE O AMOR, ETC

Dizem que o mundo está cada vez menor.
É tão perto do Rio a Paris! Assim é na verdade, mas acontece que raramente vamos sequer a Niterói. E alguma coisa, talvez a idade, alonga nossas distâncias sentimentais.
 Na verdade há amigos espalhados pelo mundo. Antigamente era fácil pensar que a vida era algo muito móvel, e oferecia uma perspectiva infinita e nos sentíamos contentes achando que um belo dia estaríamos todos reunidos em volta de uma farta mesa e nos abraçaríamos e muitos se poriam a cantar e a beber e então tudo seria bom. Agora sabemos que jamais voltaremos e estar juntos, pois quando estivermos juntos perceberemos que já somos outros e estamos separados pelo tempo perdido na distância. Cada um de nós terá incorporado em si mesmo o tempo da ausência. Poderemos falar, falar, para nos correspondermos por cima dessa muralha dupla, mas não estaremos juntos, seremos duas outras pessoas, talvez por este motivo, melancólicas, talvez nem isso...
... Também suprimimos a amizade. É horrível levar as coisas a fundo: a vida é de sua própria natureza leviana e tonta. O amigo que procura manter suas amizades distantes e manda longas cartas sentimentais tem sempre um ar de naufrago fazendo um apelo. Naufragamos a todo instante no mar bobo do tempo e do espaço, entre as ondas de coisas e sentimentos de todo dia...
... Assim o amigo que volta de longe vem rico de muitas coisas e sua conversa é prodigiosa de riqueza, nós também despejamos nosso saco de emoções e novidades, mas para um sentir a mão do outro precisam se agarrar ambos a qualquer velha besteira: você se lembra daquela tarde em que tomamos cachaça num café que tinha naquela rua e estava lá uma loura que dizia, etc, etc. Então, não se trata mais de amizade, porém de necrológio.
Sentimos perfeitamente que estamos falando de dois outros sujeitos, que por sinal já faleceram – e eram nós. No amor isso é mais pungente. De onde concluireis comigo que o melhor é não amar, porém aqui, para dar fim a tanta amarga tolice, aqui e ora vos direi a frase antiga, que é melhor não viver. No que não convém pensar muito, pois a vida curta é, enquanto pensamos, elas se vai, e finda.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

"Amizade é o amor que nunca morre!"


Ipatinga, 04 de julho de 2011.
 

“Não quero mais me ver chorar... eu só preciso te dizer: que sozinho e sem você eu tive medo...”.
  
Amanhecer da cidade de Antônio Dias
Faz tempo que não escrevo... Escrevia com certa freqüência quando trocava cartas com os amigos do Vale do Aço, mas isso ficou pra trás já faz um tempo, vale lembrar que guardo todas elas e quando a saudade bate recorro à minha caixa e as leio...

São tantos "baixeiros" que hoje me fazem rir de um jeito diferente, um sorriso de cumplicidade que só quem viveu tais fatos sabe bem o que é... Cartas onde um “ronco do estômago” não era simplesmente a sensação de fome... Era muito mais que fome... O que é de verdade? Só quem viveu sabe bem do que se trata, por essa razão que tais cartas com suas histórias e mais ainda os seus personagens são importantes para mim.

Mais não é sobre essa caixa de recordações que quero escrever, na verdade nem sei bem para quem ou o porquê estou escrevendo, mas vamos ver no que vai dar... (E não é que se tranformou neste blog...)


Passeio de bicicleta

Hoje faz pouco mais de um mês que em Antônio Days City estava sob um silêncio torturador e sensação de não acreditar naquilo que os nossos olhos viam... Não vou fazer muito cortejo, era infelizmente o sepultamento da Andreza. Despedíamos de uma amiga, de uma companheira, de uma menininha-moça, daquela que era criança-adulta, que foi a nossa nojenta quando alguém arrotava ainda na mesa do almoço ou que se recusava comer verduras, aquela que soube ser também simpatia ou patricinha para alguns e um poço de humildade para outros, enfim alguém como nós, cheia de sonhos, projetos e com um belo e radiante sorriso estampado no rosto...

Não quero ser melancólico, mas confesso que não compreendo o porquê de pensar nela mais do quê o normal, se é que existe o normal... Mas se ouço uma música é dela que lembro... Se choro?  Não. Mas o sinto coração apertado que chega a doer... Então compreendo a música que ouvia há tempos “lágrimas falam mesmo quando estão escondidas no olhar, mas quando elas rolam é a dor que não dá pra suportar” e por vezes a lágrima da saudade teima a escorrer e com ela perguntas vêm à mente todas elas iniciadas com um “por que” que faz com que essas perguntas sejam ainda mais dolorosas, mas tento ir além dessas perguntas e a sós (nem sempre por escolha) me vejo imaginando o céu... Então a vejo linda e alegre, sendo agora a menina dos olhos Deus, e com isso me conforto porque Deus também me abraça...

Espero que além de companheiro de dança eu tenha sido também amigo... Sinto tanto sua falta! Nunca me imaginava carente como me vejo às vezes... É um sentimento estranho que estou ainda aprendendo a conviver...


 Mas percebo que o preço do amor é perdoar infinitamente e às vezes perdoar sem ao menos a pessoa saber que te magoou... Confesso que senti (sinto) falta de ombro, de colo amigo, de silêncio... É tudo tão estranho, percebo que hoje há um sentimento que até então não tinha vivenciado: carência.

Mas sei bem que grande parte dessa carência é fruto de um egoísmo ridículo que preciso controlar para não abalar o que solidifiquei até hoje... Espero aprender rápido a conviver com essa ausência física, porque esquecê-la tenho certeza que será impossível...  Encerro com a canção que agora dou “ctrl c” e “ctrl v” abaixo:

“Abençoa Senhor meus amigos e minhas amigas e dá-lhes a paz!
Aqueles a quem ajudei que os ajude mais! Aqueles a quem magoei que eu não magoe mais...
Saibamos deixar um nos outros uma saudade que faz bem. Abençoa Senhor meus amigos e minhas amigas Amém!
Aves que voam em bando. Verso que segue verso nas rimas da vida.
Barcos que singram os mares até separados, mas sabem o porto aonde vão se encontrar.
São assim os amigos que a vida me deu. Meus amigos, minhas amigas e eu.

Gente que sonha junto. Gente que brinca e briga e se zanga e perdoa.
Um sentimento forte mais forte que a morte nos faz ser amigos no riso e na dor.

Vidas que fluem juntas, rios que não confluem, mas vão paralelos.
Aves que voam juntas e sabem que um dia por força da vida não mais se verão.
Resta apenas o sonho que a gente viveu. Meus amigos, minhas amigas e eu”.


Victor Hugo Martins