segunda-feira, 4 de junho de 2012

Um Ano

Deparo-me com uma folha em branco ainda na tela do computador e diante dela não sei por onde começar. Respiro!... Penso!... Reflito!... Lá de fora, pela janela ouço o barulho dos carros e vejo alguns poucos raios de sol...  Dias atrás chovia e o sol estava encoberto de nuvens carregadas, a brisa da manhã era fria e não havia cantos de pássaros, apenas o silêncio de uma cidade que ainda adormecia.

A natureza nos ensina em sua constante metamorfose que a vida também é assim... Um dia nuvens carregadas e um tempo sombrio, noutro ela se renova com o sol que nasce trazendo consigo o desejo e a esperança de um bom dia...

Há um ano despedíamos da Andreza, a amiga e menina do sorriso largo que nos deixou com uma enorme saudade... Durante este um ano de ausência muito sofremos e aprendemos. Perder quem amamos nos ensina que para amar temos apenas o hoje, o sofrimento ensina que o amanhã é incerto para o amor e para se viver...

A canção nos diz que: “É preciso amar as pessoas como se não houvesse o amanhã”. Quanta verdade há em uma simples e tão popular canção, que muitas vezes cantamos sem perceber o que de fato estamos pronunciando...  Mas vem a vida, com seus acontecimentos imprevisíveis e crava em nosso coração essa verdade, e neste momento o que era festa e alegria transforma-se em dor, saudade, tristeza, solidão e tudo se torna noite em nossa alma...

Vinicius de Morais em um dos seus poemas diz: “Se eu morrer antes de você, faça-me um favor. Chore o quanto quiser, mas não brigue com Deus por Ele haver me levado. Se não quiser chorar, não chore. Se não conseguir chorar, não se preocupe. Se tiver vontade de rir, ria. Se alguns amigos contarem algum fato a meu respeito, ouça e acrescente sua versão. Se me elogiarem demais, corrija o exagero. Se me criticarem demais, defenda-me. Se me quiserem fazer um santo, só porque morri, mostre que eu tinha um pouco de santo, mas estava longe de ser o santo que me pintam. Se me quiserem fazer um demônio, mostre que eu talvez tivesse um pouco de demônio, mas que a vida inteira eu tentei ser bom e amigo. Se falarem mais de mim do que de Jesus Cristo, chame a atenção deles.
Se sentir saudade e quiser falar comigo, fale com Jesus e eu ouvirei. Espero estar com Ele o suficiente para continuar sendo útil a você, lá onde estiver. E se tiver vontade de escrever alguma coisa sobre mim, diga apenas uma frase: ' Foi meu amigo, acreditou em mim e me quis mais perto de Deus!' Aí, então derrame uma lágrima. Eu não estarei presente para enxugá-la, mas não faz mal. Outros amigos farão isso no meu lugar.
E, vendo-me bem substituído, irei cuidar de minha nova tarefa no céu. Mas, de vez em quando, dê uma “espiadinha” na direção de Deus. Você não me verá, mas eu ficaria muito feliz vendo você olhar para Ele. E, quando chegar a sua vez de ir para o Pai, aí, sem nenhum véu a separar a gente, vamos viver, em Deus, a amizade que aqui nos preparou para Ele. Você acredita nessas coisas? Sim??? Então ore para que nós dois vivamos como quem sabe que vai morrer um dia, e que morramos como quem soube viver direito.”

Acredito que a Andreza soube viver direito porque ela foi capaz de deixar em nosso coração um sentimento de saudade e a certeza de que o convívio, mesmo sendo curto, valeu, e muito a pena!

Encerro com versos da cantora Celina Borges que nos ensina a seguir sem perder a esperança e acreditando que “Posso, tudo posso Naquele que me fortalece... E mesmo quando a visão se turva e o coração só chora, mais na alma a certeza da vitória... Eu vou sofrendo, mas seguindo enquanto tantos não entendem vou cantando minha história, profetizando que eu posso, tudo posso... em Jesus!”

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